Pensei
que fosse verdade que o amor era eterno, que nunca se acabará mais, me conformo
a escrever que o amor às vezes é e não poucas apenas passageiro, passa, ama, e
se vai. Não avisa quando vai acabar, apenas acaba. Frio e sem vida não sorri,
não diz adeus ou até breve, simplesmente acaba deixando uma dor tão angustiante
e penosa, deixa saudades, deixa marcas, deixa solidão.
O
amor acaba numa discussão não apaziguada antes da frase errada, acaba no mau entendimento
ou no não entendimento, na mesa de um bar, ou no balcão da padaria, acaba o
amor levado pelo vento do tempo, acaba na frase boba que às vezes causa
embaraço um “Eu te amo” apenas não é tão difícil.
O
amor acaba no olhar enganoso, acaba no sofá da sala, no sorvete de domingo, no
futebol de sábado, na pizza depois do jogo, acaba o amor na canção melodiosa e
triste, no desejo pelo impossível, e acaba deixando rastros, seqüelas de
desespero, sofrimento, de dor. Sutil, fugaz, misterioso, enganador o amor acaba
das piores maneiras e nas piores ocasiões. Acaba na carta enviada pela não
coragem de encarar a realidade, acaba antes do fim, depois do começo, um
capitulo extra que a historia não mostrou.
Mais
o amor acaba mesmo sem ter começado, acaba exatamente por não ter iniciado e se
atrofiou até que se tornasse inexistente e virado poeira de lembranças jogadas
ao vento do sul. O amor acaba com o céu nublado, com uma chuva que parece
adivinhar o momento de melancolia, acaba no silencio do ultimo olhar, e nos
silêncios dos reencontros posteriores sem graça.
Acaba
o amor e quase sempre na recusa, no atrevimento, na independência, na sutileza.
Acaba sem ter tempo de conversar, sem ter tempo pra refletir, acaba no choro
das Marias nos Olhos Longínquos dos Josés, acaba na descoberta de um outro amor
ou quando o amor na verdade se mostra menor do que aparentemente parecia
ser. Acaba na longa viagem, acaba com a
distancia ocasionada pelas circunstancias, o amor acaba como uma vela exposta
ao tempo a chama que ali se encontrava findou-se para que nunca mais fosse
encontrada.
O
amor acaba na desilusão, na descoberta do verdadeiro, na descoberta do irreal,
o sonho do amor acaba e deixa um gosto amargo na boca. Inexplicável, doentio,
malicioso e perverso o amor acaba para que novas paginas sejam criadas e que
novas historias sejam escritas, e que novos personagens sejam incluídos nesse
roteiro infinito que é a vida.
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Veja o texto que inspirou este, "Quando a amizade acaba" é sem duvida muito especial.
Por: Alexandre Andrade
