Andei pensando sobre fracasso. É
que, percebo, diariamente a gente acaba por conviver com ele - especialmente
quando esquecemos que a vida tem um estranho poder de transformar nossas
necessidades e a faculdade natural de mudar a aparência das coisas. Vou
constatando que nada é o que parece ser e que é no oculto de tudo que a verdade
se esconde.
Há algum tempo, prometi a mim mesma que cometeria apenas erros verdadeiros. Erros verdadeiros são falhas genuínas, escolhas que, examinando o passado com o conhecimento de agora, admitimos não terem sido as melhores. Não que eu não tenha cometido muitos erros verdadeiros antes desse pensamento: eu cometi erros demais. Mas é mais fácil conviver com os erros praticados por inexperiência ou falta de informação, do que com os que se comete tentando rever os julgamentos iniciais.
Não é raro vermos um erro surgindo e nos colocarmos contra nós mesmos. Talvez nos falte coragem para agir sempre de acordo com nossa intuição, ou quem sabe se, eventualmente, nossos fantasmas não nos deixam ver o que, muitas vezes, está exposto, sem qualquer sombra. Intuições podem falhar, claro - nem sempre estamos tão abertos às vozes do coração. Mas o que estou tentando dizer é que tomar uma decisão errada agindo segundo uma vaga intuição, é um erro verdadeiro, com o qual se pode conviver mais facilmente. Deixar de agir de acordo com o que se sabe, da melhor maneira que se pode, é que é difícil de engolir...
Há algum tempo, prometi a mim mesma que cometeria apenas erros verdadeiros. Erros verdadeiros são falhas genuínas, escolhas que, examinando o passado com o conhecimento de agora, admitimos não terem sido as melhores. Não que eu não tenha cometido muitos erros verdadeiros antes desse pensamento: eu cometi erros demais. Mas é mais fácil conviver com os erros praticados por inexperiência ou falta de informação, do que com os que se comete tentando rever os julgamentos iniciais.
Não é raro vermos um erro surgindo e nos colocarmos contra nós mesmos. Talvez nos falte coragem para agir sempre de acordo com nossa intuição, ou quem sabe se, eventualmente, nossos fantasmas não nos deixam ver o que, muitas vezes, está exposto, sem qualquer sombra. Intuições podem falhar, claro - nem sempre estamos tão abertos às vozes do coração. Mas o que estou tentando dizer é que tomar uma decisão errada agindo segundo uma vaga intuição, é um erro verdadeiro, com o qual se pode conviver mais facilmente. Deixar de agir de acordo com o que se sabe, da melhor maneira que se pode, é que é difícil de engolir...
Algumas
pessoas estão todo o tempo negando o fracasso - que acontece, a meu ver,
cotidianamente. O problema é que ao negarmos nossos erros, nos tolhemos de
aprendizado. É difícil lidar com nosso ego perfeccionista - é nossa vaidade:
detestamos parecer estúpidos.
Ao longo
da brevidade da minha vida, percebi que alguns erros - meus ou alheios -
desencadearam em acontecimentos felizes. Nem sempre (como é de se esperar) essa
magia impera, mas acontece. E nessas ocasiões eu penso que se o Divino - como
cada um O entenda - interfere em nossas vidas com algum objetivo, independe de
nossas escolhas - boas ou más -, agindo através delas.
Fato é
que não é possível viver plenamente e evitar desacertos. Podemos minimizar a
dor da exposição de nossas falhas, limitando nossas vidas ao que já conhecemos.
Mas não devíamos esquecer que admitir nossas imperfeições significa, em
primeiro lugar, reconhecer onde ferimos os outros ou a nós mesmos - e reparar
esses danos sempre que possível. Não é fácil trabalhar com essa
responsabilidade sem nos sentirmos envergonhados e culpados, mas nosso fracasso
em aceitar e entender as restrições pessoais pode nos levar a erros ainda
maiores.
Temos
medo de que nossos erros nos impeçam de sermos amados. Mas o amor não se
conquista. O modo como tratamos os outros naturalmente afeta nossos
relacionamentos, mas o amor é maior do que o que fazemos. Já sabemos: devemos
amar as pessoas pelo que elas são, e nunca porque nos conquistam com suas atitudes
- e é assim que devemos esperar sermos amados. Isso não é uma licença para
tratarmos mal a quem nos ama, mas ajuda a nos livrar da exaustiva rotina de
agradar os outros, tentando ser o que achamos que eles querem que sejamos, numa
tentativa de merecer o seu amor.
O erro
com que tenho mais dificuldade de conviver é o que cometi por não ter tido
coragem de deixar o amor me levar aonde ele queria. E esse erro não pode ser
corrigido. Ele exige que eu me submeta ao que é maior do que eu, que me
disponha a ir adiante - onde tenho medo de errar. Muitas vezes, a vontade de se
livrar de algumas coisas não basta. Então concluo que precisarei ser amada com
os meus erros porque, infelizmente, apesar da minha disposição e desejo, ainda
não aprendi de perfeição...
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Por: Debora
Bottcher